INSTITUTO CULTURAL OGUM DA ESTRELA GUIA
Rua São Miguel Arcanjo, nº 17 – C. H. Pedro
Sancho Vilela.
Santa Rita do Sapucaí – MG
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Reunião de Estudo Mediúnico
realizado em 19 de Janeiro de 2012.
Desenvolvido por Márcia Terroso Avila
Licenciada e Bacharel em Geografia pela Fundação Universidade do Rio Grande - RS
Licenciada e Bacharel em Geografia pela Fundação Universidade do Rio Grande - RS
Introdução
Em face a tantos conceitos cósmicos e questões que se
reportam aos conhecimentos helênicos e transcendentais, a de se observar um
largo distanciamento do umbandista do que seja a essência da Umbanda, Religião abraçada
por muitos, porém, pouco vivenciada pela grande maioria dos que Dela participam.
Viver a Umbanda não é dar-lhe nomes cabalísticos (algo
misterioso, enigmático, que refere a magia) com a finalidade e preocupação
precípua (principal, essencial) de demonstrar-lhe sua área de atuação.
Viver a Umbanda não é direcioná-la aos que possuem
inteligências notáveis, apresentando-a em pontos e contrapontos tão somente
para as mentes brilhantes.
Viver a Umbanda não é limitá-la a tal ou qual escola
porque nenhuma Delas é dona da Umbanda.
Umbanda: é a manifestação do Espírito para a caridade.
A de ser reconhecer que quando os filhos dessa Banda lhe
nomeiam, direcionam a uma minoria como sendo os eleitos para assimilação da
verdade ou a limitam, estão forçosamente fazendo um caminho inverso do que seja
o exercício da caridade.
A Umbanda é grandiosa. Tão grandiosa que esconde sua
verdadeira face nas formas fluídicas escolhida pelos seus trabalhadores
espirituais que se apresentam nos terreiros como Caboclos, Pretos Velhos,
Ibeijadas (crianças), Marinheiros, Boiadeiros, Baianos, Ciganos e Exus.
A Umbanda é ampla por agregar em si espíritos de todas as
nacionalidades que se amoldam perfeitamente ao seu triângulo de sustentação.
A Umbanda é rica. Não por templos suntuosos que a projetam,
mas, sim, pela simplicidade que fala aos corações sofridos.
A Umbanda é humildade pela palavra consoladora e de fácil
entendimento para os que a ouvem com a ausculta (ouvir) astral.
A Umbanda é caridade pela extensão dessa palavra que
caminha ladeada ao amor.
A Umbanda é energia em pleno movimento. Em plena
extensão.
Expandam vossas mentes! Calem vossas intolerâncias, as
vossas indiferenças!
Sensibilizem vossos corações! Pois, só assim valerá a
pena estar na Umbanda. Ser umbandista! Até porque fora disso não resultará em
nada os filhos terem visto a Luz de Oxalá e permanecerem cegos.
Umbanda é trabalho!
Então meus filhos! Trabalhem pelo vosso próximo!
Trabalhem por vocês! Trabalhem pelo hoje preparando o futuro de muitas
gerações.
Lembrem-se! Vocês são instrumentos de uma Causa muito
Maior a qual não vê fronteira e nem rótulos, mas, sim, a disposição que cada
qual tem de servir a Lei de Aruanda.
Os modismos passam e sempre passarão. Mas, a Umbanda permanecerá
em toda sua plenitude, o que será visto pelos que tem olhos de ver e ouvidos
para ouvir.
Temas
abordados:
·
Desenvolvimento mediúnico.
·
Início da mediunidade
– Por que ficamos ansiosos?
·
Educação ou Desenvolvimento da mediunidade
·
O que é incorporação.
Desenvolvimento Mediúnico
Há médiuns trabalhando determinado tempo na seara
umbandista que por desconhecimento do processo mediúnico, são descrentes da
própria faculdade de se comunicarem com espíritos, muito embora sintam “algo
estranho”, alegando não terem certeza de que estão realmente “tomados” pelo
guia ou orixá (orixá aqui, no sentido de protetor) ou se são vítimas de puro animismo.
Animismo significa, em termos mais originais, manifestações da alma. Julgam
serem eles próprios, “os cavalos”, agindo em lugar do protetor. Não creem,
porque em certos casos ou em quase todos, recordam-se do que passa durante o
transe. Explicando melhor, o médium desconfia não haver entidade alguma atuando
nele, não obstante, procede de modo estranho, sem que saiba explicar o motivo.
Aliás, caso corriqueiro tanto na Umbanda, Candomblé, como no Kardecismo. Por
isso é imprescindível o estudo doutrinário, não apenas para os novatos mas
também para os mais antigos.
Em princípio, quando o candidato a médium necessita de
desenvolvimento e é colocado na corrente, a entidade: caboclo, preto-velho,
marinheiro, etc., vai envolvendo-o com seus fluídos, procurando entrosar-se ao
duplo etérico (corpo formado pelo perispírito quando revestido pelos eflúvios
vitais – emanações neuropsíquicas, o ectoplasma, que pertencem ao campo
fisiológico, corpo físico) do aluno para, posteriormente, influenciar-lhe a
rede nervosa cerebral, processo geralmente lento, metódico, mas perceptível,
até a completa e perfeita incorporação. No início, regra geral, o médium
observa certos movimentos, influências e impulsos contrários ao próprio
comportamento normal, mas de maneira um tanto superficial.
A razão disso é misturarem-se os pensamentos do guia com
os do “cavalo” inclusive mesclando-se também as ações, temperamento,
inclinações, conduta, gostos, trejeitos, etc.
O candidato torna-se então o médium ainda consciente do
que faz.
Á medida que a incorporação vai se ajustando, aperfeiçoando,
o médium também vai, pouco a pouco, perdendo a consciência passando a
semi-inconsciente e até mesmo a inconsciência.
Não devemos nos esquecer que existem médiuns que trazem a
qualidade de médiuns conscientes; esses, com o passar do tempo, perderão sua
consciência na hora do transe ou incorporação.
Quando não há esclarecimento devido á consciência no
princípio do desenvolvimento, o próprio médium julga estar mistificando.
Enfraquecendo-lhe a fé, a confiança e, descrente, frustra-se, desanimando,
chegando mesmo a afastar-se do terreiro, perdendo a Umbanda um excelente médium
que, futuramente, poderia prestar relevantes serviços aos irmãos infelizes e
necessitados.
Raras são as vezes que o médium se deixa incorporar
corretamente pelo guia, permanecendo inconsciente; se ao contrário isso
ocorrer, é porque a mediunidade se desenvolveu despercebida e automaticamente,
abafada, porém, por um motivo qualquer: seja medo, descrença, falta de tempo.
Como os guias não descuidam de seus tutelados, preparam-no de modo que a própria
pessoa não percebe o processo mediúnico, embora lhes ocorram fatos dolorosos e
insólitos (incomum), que o impulsionam em busca de frutificação espiritual.
Então sua mediunidade amadureceu espontaneamente. Se
resolve enfrentar a realidade, eis que a incorporação explode imediatamente.
Mas, casos que, confrontados com os normais, são considerados raros. Conhecemos
casos de pessoas que recebem seus guias na cama, dormindo. No dia seguinte
acordam médiuns desenvolvidos e já atuantes.
Na verdade, quando o sujeito se submete ao processo
mediúnico, no início e mesmo muito tempo depois, ele ainda consciente, sabendo
o que faz, malgrado o faça - conforme percebe - contra a sua vontade, pelo simples
fato de misturar suas ideias às dos guias. Como se vê esta é uma das
explicações porque, em certas ocasiões, as previsões, os conselhos, os remédios
ministrados pelos guias não alcançam a eficácia desejada.
Eis que o pensamento alheio em mistura com o seu próprio,
pode dar a sua sugestão, em lugar de oferecer a do protetor á medida que o
tempo decorre, vai ele se familiarizando com a intuição estranha e perdendo
gradualmente a consciência. Os médiuns conscientes, com o tempo, aprendem a
diferenciar as ideias próprias com as da entidade incorporada.
Se isso acontecer com você, não se assuste, não desanime,
nem duvide da presença do protetor. Ambos, você e ele estão trabalhando, e o
seu anjo de guarda saberá conduzi-lo de modo a que torne um perfeito intérprete
das lições do mundo astral.
Início da
Mediunidade – Por que ficamos ansiosos?
A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica,
momento em que suas faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser
utilizadas de modo sistemático e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos
existentes numa casa umbandista, marcada pela difícil fase da ansiedade e da
adaptabilidade que esse começo representa. Ansiedade no médium iniciante pode
trazer algumas situações desconcertantes como:
·
Ficar pensando de modo intenso nas coisas
ligadas à espiritualidade;
·
Ficar com os pontos cantados ecoando na
mente;
·
Ficar cantando a qualquer momento e lugar os
pontos cantados;
·
Conversar somente sobre o assunto
espiritualidade a qualquer oportunidade em que haja mais pessoas que pertençam
à mesma religião ou casa;
·
Ler muitos livros sobre o assunto, querendo
esgotar todos os pontos de dúvidas;
·
Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num
espaço de tempo curto;
·
Ter sonhos constantes com rituais, entidades,
trabalhos;
·
Ficar vendo em qualquer situação algum tipo
de ligação com a espiritualidade;
·
Não parar de preocupar-se em manter-se dentro
das condutas que sua casa pede;
·
Querer incorporar logo;
· Ficar muito preocupado se está mesmo
incorporando uma entidade ou se está apenas imitando uma entidade;
·
Desejar ardentemente que tenha a inconsciência
durante as incorporações;
· Querer aprender tudo sobre os rituais que sua
casa pratica, chegando ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns
mais experimentados;
· Querer saber tudo, através de relatos de
outros médiuns, o que ele fez quando estava incorporado, o que a entidade
falou, deixou de fazer;
·
Passar a realizar em seu próprio lar, uma
verdadeira transformação de hábitos, querendo que todos tomem banhos de defesa,
defumem-se, orem, cantem, entre outras coisas;
·
Querer erigir algum tipo de altar ou espaço
sagrado em seu lar, tentando imitar o mais perfeito possível a quantidade de
imagens, a disposição dos santos que há em seu templo umbandista;
·
Querer que suas entidades receitem
rapidamente a confecção ou aquisição das guias (colares) e quanto maior o
número de guias melhor;
·
Desejar ardentemente que tenha incorporações
“fortes”, isto é, que as entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a
ninguém;
·
Que suas entidades já risquem seus pontos e
que seja algo bem impressionável;
· Que suas entidades deem logo seus nomes e
torce para que sejam nomes fortes e conhecidos;
·
Querem decifrar todos os símbolos que suas
entidades desenharam em pontos riscados;
·
Querem saber da história, vida, ponto cantado
e tudo o mais sobre suas entidades;
Essas situações e mais outras não citadas são
consideradas até normais e encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbados
como coisa comum de se acontecer. E de fato é. O que o dirigente e os médiuns
mais experientes devem fazer é aconselhar esses neófitos (novato|),
direcioná-los em atividades que os tirarão um pouco desta fixação, é ouvi-los e
explicar cada uma das dúvidas e dificuldades existentes. Toda essa ansiedade é
temporária e assim que o novo médium for tendo mais e mais experiências, ele
passa a lidar de modo mais natural, menos ansioso e aflito com essas situações.
O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor
para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica mais
eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a compor o já
formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade na força da
corrente da casa umbandista. Desperdiçar a chance de esclarecimento quando
esses médiuns estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é
deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo levá-los
a vícios, cacoetes (mania) e maus hábitos mediúnicos que nunca mais poderão ser
retirados.
E o velho adágio popular é verdadeiro: “Pau que nasce
torto, morre torto”.
Educação ou Desenvolvimento da mediunidade
Educação ou desenvolvimento da
mediunidade é o conjunto de ações educativas direcionadas para o exercício
correto da mediunidade. Essas ações estão formalizadas em cursos de estudo e
educação mediúnica existentes nos centros espíritas.
A educação mediúnica é para toada
existência, pois que, à medida que o médium se torna mais hábil e aprimorado,
melhores requisitos são colocados para a realização do ministério abraçado.
Na educação mediúnica o esforço e a
dedicação são fatores preponderantes.
O local mais adequado para o
desenvolvimento das faculdades mediúnicas é o centro espírita, que funciona
como escola de formação espiritual e moral.
O centro espírita é um núcleo de
estudo, fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus.
Para o desenvolvimento da sua
mediunidade, o médium conta com o auxílio de benfeitores espirituais, sob a
orientação de seu Espírito Protetor. O Espírito protetor, anjo da guarda ou bom
gênio é o que tem por missão acompanhar o homem na vida e ajudá-lo a progredir.
É sempre de natureza superior, com relação ao protegido. A sua atuação, junto
ao protegido, é sempre discreta, regulada de maneira que não tolha (dificultar,
embaraçar) o livre-arbítrio do encarnado.
O espírito protetor pode delegar a
tarefa de proteção a outros espíritos, caso seja necessário. Esses espíritos
podem ser familiares ao médium, com o qual tem laços mais ou menos duráveis,
com o fim de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder que possuem, na
maioria das vezes bem restrito. Só atuam por ordem ou permissão dos protetores
espirituais.
No plano físico, cabe aos instrutores
de cursos de mediunidade e aos dirigentes de grupos mediúnicos a tarefa de
orientar os médiuns.
A formação de bons médiuns conta não
apenas com os esforços do candidato à tarefa, mas exige dedicação com o estudo
da doutrina, paciência, tolerância, respeito e moral cristã.
A educação ou desenvolvimento da
mediunidade é um trabalho para toda a vida. Começa antes da reencarnação,
continua nela e prossegue além-túmulo.
O médium tem obrigação de estudar
muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria
iluminação. Somente desse modo poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa
que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os Espíritos sinceros e devotados
ao bem e à verdade.
O estudo proporcionará conhecimento ao
médium, orientando-o a respeito da natureza dos Espíritos que utilizarão sua
faculdade mediúnica, e elucidando-o quanto às bases dessas relações.
O que é incorporação.
Incorporação
ou psicofonia é a faculdade que permite aos espíritos, utilizando os órgãos
vitais do médium, transmitem a palavra audível a todos os presentes na reunião.
Na
incorporação o médium (cavalo, burro, matéria, aparelho etc) cede o corpo aos
guias e mentores espirituais, mas de acordo com os seus próprios recursos.
Podendo assim comandar a comunicação, fiscalizando os pensamentos,
disciplinando os gestos e controlando o palavreado dos guias.
É bom que se
diga, que pode haver casos em que o médium não consegue exercer esse controle,
por ser a vontade dos guias mais firmes e fortes do que a sua (semi-consciente
e inconsciente).
A finalidade
do desenvolvimento é auxiliar o médium iniciante a entrar em sintonia, dentro
da vibração da corrente que vai trabalhar, conservando um ambiente sadio. O
desenvolvimento trará a afinidade espiritual, podendo receber irradiações
espirituais de seus guias, com esclarecimentos e informações dessa
participação.
Porém além
do período de desenvolvimento prático, é preciso que se cuida da parte teórica
também, através de estudos regulares, onde o médium iniciante vai poder
aprender e esclarecer dúvidas.
A
continuidade da presença das entidades junto ao iniciante (por incorporação ou
não) será com o passar do tempo, um ato normal ao médium, que identificará e
saberá diferenciar uma entidade da outra, sentindo sua chegada e a preparação
para a incorporação.
Não basta
incorporar uma entidade para achar-se desenvolvido, é necessário muito mais que
isso. É necessário desenvolver a humildade, a caridade, a fraternidade e o
entendimento de que ser médium não é STATUS, mas sim uma benção de servir,
servir desinteressadamente ao próximo. É necessário deixar o orgulho e a
vaidade de lado e substituí-los pela simplicidade e modéstia. Lembramos também,
que estamos em constante aprendizado.
Que OXALÁ
ilumine todos os caminhos!
Referencias
Bibliográficas
FERAUDY.
Roger. Umbanda, essa desconhecida. Rio de Janeiro: Ed. Conhecimento.
2006.
PRESTES. Miriam. Desvendando
a Umbanda.Ed. Pallas. 2010.
Médiuns
de Umbanda.
Disponível em </www.caboclotabajara.com.br> Acesso em: 17/jan./2012.
Avaliação
dos estudos: Responda as
Perguntas a Seguir e Entregue ao Orientador
1.
Explique porque a Umbanda é a manifestação
para a caridade.
2.
Você está ansioso com o desenvolvimento da
sua mediunidade? Explique.
3.
O que é educação ou desenvolvimento
mediúnico?
4.
Você acredita ser importante o estudo da
Umbanda? Por quê?
5.
Explique o que é incorporação?
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