INSTITUTO
CULTURAL OGUM DA ESTRELA GUIA
Rua São Miguel Arcanjo, nº 17 – C. H. Pedro
Sancho Vilela.
Santa Rita do Sapucaí – MG.
Reunião
de Estudo Mediúnico realizado em 07 de janeiro de 2012.
Desenvolvido por Márcia Terroso Avila
Licenciada e Bacharel em Geografia pela Fundação Universidade do Rio Grande - RS
Desenvolvido por Márcia Terroso Avila
Licenciada e Bacharel em Geografia pela Fundação Universidade do Rio Grande - RS
introdução
A Umbanda verdadeira
está a serviço da Lei Divina; da Aumpram (Lei Divina), e só visa ao bem.
Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em
malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda.
A Umbanda deve
crescer pelo conhecimento e prática de bases mais sólidas, da busca da verdade
e do conhecimento da Aumpram, da Lei Divina. A divulgação, estudo e compreensão
da Lei Divina fortalecerá a Umbanda, eliminando mistificações e vaidades,
atraindo ainda mais os verdadeiros interessados pela evolução espiritual.
Temas abordados:
·
Ética na Umbanda.
·
O que é mediunidade.
·
A influência moral do médium.
·
Firmezas de um terreiro.
Ética na Umbanda
A Umbanda foi
anunciada no plano físico brasileiro através do iluminado espírito que se
nominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, em 15 de novembro de 1908, em Neves,
Niterói, RJ.
A Umbanda usa
vestimenta branca, símbolo de igualdade e cor de Oxalá, encerrando em si todas
as demais cores representativas dos demais Orixás. Não cobra por caridade, não
sacrifica animais em suas ritualísticas e evangeliza.
De conhecimento
destes princípios sadios e básicos que norteiam a religião, muitas pessoas,
desde o início do culto, sempre pugnaram (combateram) pela elevação de nossa
querida Umbanda nos mais diferentes aspectos. Dentre eles, o de cunho subjetivo
(pessoal) sempre foi alvo das mais contundentes discussões.
Temas como moral,
ética, conduta mediúnica sempre foram objeto de polêmicas, onde cada um, de per
si (isoladamente, por si mesmo), tenta fazer ver aos outros que tal ou qual
conduta é certa ou errada.
No entanto, por trás
destas discussões comportamentais, existem duas forças antagônicas (contrárias)
digladiando-se incessantemente: a força da moral, dos bons costumes, da ética,
da espiritualidade superior, da verdade; e a força da subjugação (reprimir,
dominar), da mitomania (costume de mentir), da permissividade (é permitir,
concordar e aceitar determinadas práticas e ações que sabemos que estão erradas
em contraste com as normas justas da moral e os bons costumes), da
parcialidade, da imoralidade.
No Movimento Umbandista, como em outros segmentos religiosos, há uma
pluralidade de ideias, de ideais (aspiração), uma heterogeneidade (de diferente
natureza) de interesses em relação à religião. Existem aqueles que apenas
servem-se ou tentam servir-se da religião para seus próprios interesses. Não
esclarecem nem difundem os sublimes ensinamentos e metas do astral superior;
pregam ritualísticas sem base moral, sem fundamento; sustentam-se materialmente
do que praticam; fazem dos terreiros de Umbanda seu ganha-pão diário, como se
fosse uma empresa comercial; não discutem abertamente os problemas na religião,
porque, se discutirem, colocarão sob avaliação suas condutas distorcidas e
eivadas de máculas. (que tem mancha, contaminado, viciado, manchar moralmente).
Outros mais corajosos e comprometidos com o aperfeiçoamento daqueles que
militam na seara umbandista, estão sempre a comentar e orientar outros irmãos
quanto aos fenômenos negativos que ora se apresentam, mostrando o caminho
diante das mazelas emergentes. A ética, por exemplo, conjunto de princípios e
deveres morais que o homem tem para com Deus e sociedade, é fator que deve
preponderar em qualquer pessoa que queira ver a Umbanda fortalecer-se
moralmente, intelectualmente. Para que tal progresso ocorra é preciso, inexoravelmente,
trazermos à tona os focos destoantes de comportamento. A partir daí, veremos
melhor quem são aqueles realmente comprometidos com as diretrizes de Oxalá.
Visualizaremos também outros tantos que estão somente preocupados em sedimentar
a obscuridade, a confusão, a permissividade.
Os verdadeiros umbandistas não temem discutir os aspectos subjetivos e
materiais da religião, pois são sabedores que tal ação só melhorará a nossa
religião, fazendo com que no futuro tenhamos um Movimento Umbandista melhor,
mais moralizado, mais elevado, de melhores médiuns e assistentes.
Quanto àqueles que insistem em esconder os problemas na religião,
fazem-no porque, ocultando os focos destoantes, estarão camuflando as
aberrações ético-morais de si mesmos; contaminados que estão de condutas que os
costumes, o caráter e a honestidade sempre repeliram e repelirão.
Para estes, só a misericórdia de Deus.
Saravá Umbanda !!!
O que é mediunidade
Mediunidade é a faculdade humana pela
qual se estabelecem relações entre homens e espíritos. È uma faculdade natural,
inerente a todo ser humano, por isso não é privilégio de ninguém. Em diferentes
graus e tipos, todos a possuímos.
É, pois, a faculdade natural que
permite sentir e transmitir a influência dos espíritos, ensejando o intercâmbio
e a comunicação entre o mundo físico e o espiritual. Trata-se de uma sintonia
entre os encarnados e os desencarnados, permitindo uma percepção de
pensamentos, vontades e sentimentos.
Sua finalidade é, antes de tudo, ser
uma oportunidade de servir, uma benção de Deus que faculta manter o contato com
a vida espiritual. Graças ao intercâmbio podemos ter aqui não apenas a certeza
da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos
com proficiência (conhecimento) os débitos adquiridos nas encarnações
anteriores.
A ação mediúnica não está limitada às
sessões mediúnicas. Vivemos mediunicamente entre dois mundos e em relação
permanente com entidades espirituais. Isto se dá porque os espíritos povoam os
mesmos espaços em que vivemos, acompanham-nos em nossas atividades e ocupações,
vão conosco aos lugares que frequentamos, seguindo-nos ou evitando-nos conforme
os atraímos ou repelimos.
Entretanto não julguemos que a
mediunidade nos foi concedida para simples passatempo ou para satisfação de
nossos caprichos. A mediunidade é coisa séria e com ela devemos suavizar os
sofrimentos alheios. Ao desenvolvermos a mediunidade, lembremo-nos de que ela é
dada como um arrimo (amparo, proteção) para conseguirmos mais facilmente a
perfeição, para liquidarmos, mais suavemente os pesados débitos que contraímos
em existências passadas e para servirmos de guia á irmãos que se encontram mais
atrasados.
Desenvolver a mediunidade é aprender a
usá-la. Para que sejamos bem sucedidos, devemos cultivar virtudes, como a
paciência, a honestidade, a perseverança, a boa vontade, a humildade e a
sinceridade.
Para um melhor desenvolvimento da
mediunidade é fundamental que se cultive bons pensamentos, pois trazem as boas
palavras e conduzem aos bons atos; o médium deve ser amigo do estudo e da boa
leitura. Por fim, que cultive a oração diária, pois ela é um poderoso
fortificante espiritual e um benéfico exercício de higiene mental.
A
influência moral do médium
É oportuno esclarecer
que o desenvolvimento da faculdade mediúnica não guarda relação com a
moralidade do médium. A faculdade, em si, independe do moral. O mesmo, porém,
não se dá com seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades do
médium. Expliquemos.
A mediunidade é um
dom que Deus nos concedeu como auxílio ao nosso progresso espiritual. Se há
pessoas indignas que a possuem, é que disso precisam mais do que as outras,
para se melhorarem, se quiserem, é óbvio.
Devemos considerar
que a mediunidade não é uma graça ou dom especial concedido a criaturas
privilegiadas, mas uma faculdade humana como as demais. A moral do médium
determina o seu comportamento como criatura humana e regula suas relações com
os espíritos.
A questão moral não
surge da faculdade mediúnica, mas da sua consciência. Não se pode dizer que um
médium entregue a práticas maldosas ou a objetivos condenáveis, contrários ao
senso moral, não seja médium. Assim como há criaturas boas e más na Terra, há
espíritos maus e bons que com elas se afinam e se servem da mediunidade para
fins maus ou bons.
Se o médium sem moral
se corrigir e passar a portar-se pelos princípios morais, passará a servir aos
espíritos bons através da sua mediunidade. Assim acontece com todas as
faculdades humanas. O homem pode aplicar a sua inteligência para o mal ou para
o bem, mas sua inteligência é sempre a mesma, quer atue num ou noutro campo.
Os médiuns que fazem
mau uso das suas faculdades responderão por isto. Serão punidos duplamente,
porque tem um meio a mais de se esclarecerem e o não aproveitam. Aquele que vê
claro e tropeça é mais condenável do que o cego que cai no fosso.
Malbaratar
(desperdiçar) o precioso talento da mediunidade, deixando-a enxovalhar-se
(sujar-se) sob o uso com finalidades pueris (infantis) e frívolas (fútil,
leviano), indignas e vulgares, acarreta penosas aflições que impõe
renascimentos dolorosos.
Médiuns ciumentos,
imorais, exibicionistas, mentirosos e portadores de outras imperfeições morais
pululam em toda parte, descuidados e levianos, acreditando-se ignorados pelas
leis soberanas e supondo-se detentores de forças próprias, podendo-as utilizar
a bel-prazer sem qualquer responsabilidade nem consequência moral.
Todas as imperfeições
morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus espíritos. A que,
porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura
menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos médiuns dotados das
mais belas faculdades e que, se não fora essa imperfeição, teriam podido
tornar-se instrumentos notáveis e muito úteis, ao passo que, presas de
espíritos mentirosos, suas faculdades, depois de se haverem pervertido,
aniquilaram-se.
Devemos também convir
em que, muitas vezes, o orgulho é despertado no médium pelos que o cercam. Se
ele tem faculdades um pouco transcendentes, é procurado e gabado e entra a
julgar-se indispensável. Logo toma ares de importância e desdém quando presta a
alguém seu concurso (sua ajuda).
Há de se ter um
procedimento absolutamente certo para identificar em qualquer parte e à
qualquer momento o médium verdadeiro que, tomado como orientação moral e
disciplinar possa servir como referência à todos (leigos,despreparados) que
queiram ingressar sem nenhum transtorno na mediunidade.
Pedimos para você
irmão que deseja trilhar ou que já está trilhando a verdadeira mediunidade como
sacerdócio refletir sobre estes pontos abordados para que adquira Proteções e
Defesas e para esteja livre de todos os percalços dos aproveitadores e
mistificadores da terra e do Astral Inferior.
Que
OXALÁ ilumine todos os caminhos!
Firmezas de um terreiro
Muito se tem ouvido falar nos meios
umbandistas com relação às firmezas necessárias para um bom andamento dos
trabalhos num terreiro de Umbanda.
Logicamente que toda parte
ritualística de uma Casa tem razão e função de ser, uma vez que a própria
Umbanda tem fundamentos e é preciso preparar os mesmos como é falado em uma curimba
de defumação.
Porém, além das firmezas materiais que
estão ligadas aos elementos de trabalho dos Orixás, Guias e Entidades e que são
catalisadoras das energias necessárias para esses trabalhos, ora servindo como
força agregadora de energias positivas, ora desagregando as negativas, há outra
firmeza de fundamental importância.
E qual seria
essa firmeza? A firmeza
que me refiro é a firmeza interior de cada médium de Umbanda.
Mas como se
dá essa firmeza? Se dá
através da humildade, do exercício do
amor ao próximo e da caridade prestada sem pedir ou esperar nada em
troca.
A firmeza interior trabalhada na humildade permite ao médium o
esclarecimento de que ele não sabe tudo, que sempre estará em aprendizado, pois
a Espiritualidade por mais que ensine ainda não deu a palavra final. Dessa
forma o médium sempre estará acrescentando ao seu aprendizado ensinamentos
novos, iniciando-se assim para ele sempre novas etapas, que devem ser ultrapassadas
com muito respeito, amor, dedicação, renúncia e fé.
A firmeza interior pautada no exercício do amor ao próximo fará o
médium se ver novamente no lugar do outro que chega na Casa em busca de ajuda,
auxílio, esclarecimento e compreensão como o próprio médium chegou um dia.
A firmeza originada na caridade fará o médium entender que
não deve julgar quem quer que seja e que muitas vezes ele sofrerá ingratidão e
descrédito por parte de algumas pessoas ao verem seus pedidos negados pelas entidades
de Umbanda que não barganham e nem trabalham contra as Leis de Deus.
Se hoje nós filhos de fé já caminhamos
mais um pouquinho, mais motivos temos para buscar o exercício dessa firmeza
interior.
Ser médium dentro do templo é muito
fácil! O difícil é colocar-se como médium no dia-a-dia onde a sociedade pede
muitas vezes uma postura não tão condizente com os ensinamentos de paz, amor e
fraternidade deixados pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Lembrem-se filhos de fé, é através de
vossas atitudes que o templo do qual você faz parte será representado, é
através das vossas condutas que a Umbanda será mostrada a outras pessoas.
Médium, sinônimo de ponte, meio,
instrumento. Que o médium de Umbanda seja um instrumento dócil nas mãos de Pai
Oxalá para que assim as bênçãos de amor e luz possam se fazer na Terra.
“Glória
a Deus nas Alturas!”,
"Paz
na Terra aos homens de boa vontade".
Referencias Bibliográficas
FERAUDY.
Roger. Umbanda, essa desconhecida.
Rio de Janeiro: Ed. Conhecimento. 2006.
A influência moral do
médium. Disponível
em: <www.jornalumbandahoje.com.> Acesso em:
06/jan./2012.
Avaliação
dos estudos: Responda as Perguntas a Seguir e Entregue ao Orientador:
1. Discorra sobre o tema: Ética na Umbanda.
2. Explique o que é mediunidade. E qual sua finalidade.
3. O que é fundamental para um bom desenvolvimento
mediúnico?
4. Quais consequências de um médium que possui uma conduta
duvidosa? Você acha que esse membro atrapalha a corrente? Por quê?
5.
Qual
a importância da firmeza de um terreiro?
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