Publicado por REDAÇÃO em 31
31AMERICA/SAO_PAULO JANEIRO 31AMERICA/SAO_PAULO 2019
Por Claudia Alexandre | Foto
O grupo que mantém uma das maiores redes de televisão pública do Brasil decidiu fechar acordo após ser condenada em 2018 a cumprir direito de resposta previsto em lei, por ter exibido programas na TV Record e na extinta Rede Mulher que associavam as religiões afro-brasileiras ao “demônio”, além de outras ofensas.
Após 15 anos, parece ter chegado ao fim a luta do INTECAB (Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira) e do CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) para obter o direito de reposta contra as ofensas veiculadas pela TV Record e a extinta Rede Mulher, ambas do Grupo Record, que exibiram programas que afetaram duramente os seguidores das religiões afro-brasileiras. As emissoras terão que custear toda a produção de quatro programas inéditos, que irão ao ar nos mesmos horários dos programas “Fala que eu te escuto” e “Mistérios”, que através do quadro “Sessão de Descarrego” induzia a opinião pública a demonizar e desqualificar religiões como Umbanda e Candomblé.
A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público Federal em conjunto com o INTECAB e CEERT (SP), que foram representados pelos juristas Hédio Silva Junior, Antonio Basílio e Jader Macedo. A condenação tinha sido confirmada em abril do ano passado, pela 6ª, Turma do TRF-3. Em sede de recurso, o desembargador Nery Júnior, vice-presidente da corte, enviou o caso para o desembargador Paulo Fontes, coordenador do Gabinete de Conciliação do TRF-3, onde foi homologado um acordo entre as partes.
Os autores da ação concordaram com a proposta da Record que se comprometeu a veicular quatro programas de televisão — e não mais oito como decidido na sentença condenatória, sendo três com conteúdo informativo e um com conteúdo documental, sobre o próprio caso, que motivou o Direito de Resposta; os programas não serão mais na TV Record, mas sim na Record News, que não havia veiculado os programas citados.
Quanto ao prazo de veiculação, o acordo especifica que o Intecab e o Ceert serão responsáveis pela concepção e produção dos programas, em até quatro meses depois da
disponibilização do dinheiro pela emissora, que arcará com todos os gastos. As entidade também concordaram que os vídeos deverão ser aprovados pelos canais e ter duração de até 20 minutos cada, com três exibições cada um.
Em entrevista o Dr. Hédio, que tem se destacado pela atuação frente a diversos casos de intolerância religiosa, racismo religioso e injúria racial, considerou “razoável” o desfecho do processo, mas avaliou que diante de casos graves de intolerância e racismo religioso, como este, é irreparável os efeitos da violência sofrida. “O que esperamos, portanto, é que a veiculação dos programas acabe com o sentimento de impunidade que faz com que diariamente o racismo religioso se utilize do rádio e TV para propagar o ódio e a violência”, disse ele.
Dr. Hédio também respondeu sobre como Intecab e Ceert irão atuar para finalmente verem exibidos os programas que devem “recompor a verdade” sobre as religiões afro-brasileiras:
Como serão produzidos os conteúdos que farão parte dos programas, que serão veiculados na Record News?
Dr. Hédio Silva Jr – Serão produzidos 4 programas para serem exibidos três vezes cada, com três chamadas diárias nas vésperas, intervalo de sete dias entre cada um, nos mesmos horários dos programas que veiculavam as ofensas. No total irão ao ar 12 programas. A concepção e produção dos programas serão coordenados diretamente por nós, CEERT e INTECAB-SP, com os custos bancados pela Record.
Mas os programas serão exibidos na Record News e não na TV Record, o que seria o previsto em lei. O que acha dessa parte do acordo? Quando começam a ser gravados?
Dr. Hédio Silva Jr. – Os programas serão exibidos pela Record News, do Grupo Record, que é uma TV aberta, com alcance nacional, e certamente serão também amplamente reproduzidos nas redes sociais, youtube, etc. A veiculação pela Record News nos permitirá levar os programas ao ar imediatamente e pôr fim a uma ação que já se arrasta por longos 15 anos e poderia tramitar por mais 15 nos tribunais superiores, em Brasília. Muito provavelmente a partir do próximo mês (fevereiro), começam a ser produzidos.
O Grupo Record já havia sido condenado, recorreu à decisão dada em abril de 2018 e agora surpreende com o pedido de acordo, com alterações importantes. Como o senhor, que trabalhou no caso desde o início, avalia este desfecho?
Dr. Hédio Silva Jr. – O acordo é razoável; um acordo possível, que garante o mínimo, pondo fim a uma batalha judicial que já dura uma década e meia. Veja que o recurso sobre abate religioso de animais, no STF, que será julgado no próximo dia 28 de março, está tramitando em Brasília desde 2006, isto é, há 13 anos. Além do mais, este novo governo é formado por ministros que não disfarçam seu fanatismo religioso e sua intenção de colocar o aparelho do estado a serviço de grupos religiosos.
Depois destes 15 anos de luta cabe algum outro tipo de reparação? Por exemplo: O Intecab e Ceert vão receber algum tipo de indenização?
Dr. Hédio Silva Jr. – Formalmente sim. O acordo previu o pagamento de honorários advocatícios, tal como determinado na sentença. Em certo momento houve proposta de aumento dos honorários de 10% para 16%; achei melhor que este “plus” ficasse com as entidades, a título de verba indenizatória.
O senhor acredita que há como reparar o que ocorreu como neste caso: uma emissora, com concessão pública, veiculando ofensas e forjando imagens desqualificando outra religião?
Dr. Hédio Silva Jr. – É enorme o prejuízo da demora, pois estamos falando de 15 anos, e também não há como reparar a violência. O dado positivo é que pela primeira vez na história da TV aberta brasileira, as religiões afro-brasileiras terão espaço para falar sobre sua história, doutrina, seus projetos sociais, desmistificando as falsas imagens criadas pelo discurso do ódio e da intolerância religiosa. O que esperamos, portanto, é que a veiculação dos programas acabe com o sentimento de impunidade que faz com que diariamente o racismo religioso se utilize do rádio e TV para propagar o ódio e a violência
Fonte: https://africas.com.br/record-faz-acordo-com-religioes-afro/
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
OKÊ ARÔ, Oxóssi!!!
Saravá Guerreiro de uma Flecha Só!!!
No dia 20 de janeiro grande parte
dos Umbandistas comemoram o dia de Oxóssi, devido ao sincretismo com São
Sebastião.
Divindade da Umbanda, é
o Trono Masculino do Conhecimento, irradia o conhecimento o tempo todo de
forma passiva, não forçando ninguém a vivenciá-lo, mas sustentando todos que
buscam o conhecimento. Fator expansor que ajuda a expandir em todos os
sentidos. Divindade masculina vegetal, é o grande caçador, aquele que vai
buscar e traz o conhecimento, o grande comunicador, a divindade da expansão.
Mais do que um ponto de
força, as matas são seu lar. Muitos são seus símbolos como o próprio vegetal e
o “arco e flecha”. É evocado para a utilização do elemento vegetal e
para a utilização do conhecimento bem como a comunicação
Oxóssi é o caçador, orixá da “busca”, estimula
e irradia o conhecimento. Nos ajuda na arte da comunicação, na expansão em
todos os sentidos.
Dominando o elemento vegetal também pedimos
auxílio para a cura através das ervas. Divindade da caça que vive nas
florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado Ofá, e um rabo
de boi chamado Eruexim. Em algumas lendas aparece como irmão de Ogum e Exú.
Orixá das Matas, seu habitat é a mata fechada,
rei da floresta e da caça, sendo caçador domina a fauna e a flora, gera
progresso e riqueza ao homem, e a manutenção do sustento, garante a alimentação
em abundância.
Irmão de Ogum, habitualmente associa-se à
figura de um caçador passando a seus filhos algumas das principais
características necessárias a essa atividade ao ar livre: concentração,
atenção, determinação para atingir os objetivos e uma boa dose de paciência.
No dia-a-dia encontramos o deus da caça no
almoço, no jantar, em fim em todas as refeições, pois é ele que provê o
alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita
para todos.
Segundo Pierre Verger, o culto a Oxóssi é
bastante difundido no Brasil mas praticamente esquecido na África. A hipótese
do pesquisador francês é que Oxóssi foi cultuado basicamente no Keto, onde
chegou a receber o título de rei. Essa nação, porém foi praticamente dizimada
no século XIX pelas tropas do então rei do Daomé. Os filhos consagrados a Oxóssi
foram vendidos como escravos no Brasil, Antilhas e Cuba. Já no Brasil, o orixá
tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos.
O mito do caçador explica sua rápida aceitação
no Brasil, pois identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros
sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos mortos, conceitos
igualmente arraigados na Umbanda popular e nos Candomblés de Caboclo, um
sincretismo entre ritos africanos e os dos índios brasileiros, comuns no Norte
do País. Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos
ritos tradicionalistas africanos, alguns filhos de Oxóssi o identifiquem não
como um negro, como manda a tradição, mas como um Índio.
Saudação: Okê Arô
Significado: Dê seu brado, Majestade!
Expressão Corporal: punhos cruzados com o dedo indicador estendido, mãos na altura da cintura
Data: 20 de janeiro
Cor: verde, azul escuro
Pontos de força: matas e bosques
Elemento: Vegetal
Sentido Divino: Conhecimento
Polo magnético: Positivo/ Masculino
Fatores Principais: Expansor, buscador.
Atribuição: Irradiar a todos os seres o sentido do saber,
do conhecimento.
Ferramentas: arco e flecha (ofá), penas e eruxim (rabo de
boi)
Símbolos: arco e flecha, penas, 7 flechas.
Pedras: quartzo verde, esmeralda, jade, amazonita, turquesa,
calcita verde.
Planeta: Mercúrio
Número: 5
Ervas: Todas ervas em geral são de Oxóssi, especificamente
podemos citar guiné, picão preto, buchinha do norte, cânfora, espinheira santa,
jurema preta casca, comigo ninguém pode, vence-tudo abacateiro, Abre Caminho,
Alecrim do Norte, Alecrim Comum, Alfavaca, Aquiléia, Arnica do Mato, Chá Verde,
Café Folha, Cana do Brejo, Capim Cidreira, Carqueja Amarga, Cipó Caboclo, Cipó
Cravo, Cipó São João, Confrey, Hortelã, Ipê Roxo, Jurubeba Mista, Louro, Manga
Folha, Manjericão, Samambaia, Sene, ...
Flores: flores nativas (do campo)
Frutas: coco, cana de açúcar, abacaxi, laranja, limão, camboatá,
caju, acerola, sapucaia, cacau, mangaba, butiá, nêspera, frutinhas de mato
(abiu, bacaba, bacuri, murici, pequi, etc)
Bebidas: mate (chá) com mel, cerveja branca, vinho
branco ou tinto doce, batida de mel, licor de caju, garapas, licores de frutas
em geral.
Oração:
Que Oxóssi com sua flecha sagrada me ensine o
verdadeiro caminho da prosperidade. Ajudando no sustento da minha fé, a fim de
que possa cumprir com as minhas obrigações e meus deveres neste mundo
Okê Arô!
Características dos filhos de Oxóssi:
Rápidos (as), joviais e muito
espertos (as), mental e fisicamente. Embora a mudança seja algo que estes
Filhos e Filhas lidem muito bem, possuem grande capacidade de concentração.
Sensibilidade artística,
criatividade e a busca por novidades em muitos campos da vida são também
características marcantes.
Independentes, não apreciam muito
os trabalhos em equipe. Mas têm grande senso de dever e de responsabilidade.
Oxóssi representa a pureza das matas. Seus
filhos são honestos, desinteressados, altruístas e espontâneos.
Sua principal característica é a
honestidade: nunca esperam recompensa
daquilo que fazem espontaneamente.
Os filhos de Oxóssi têm grande inconveniente:
são inconstantes, não-persistentes, seja qual for o motivo. Com muita
frequência, após lutarem por um ideal, ás vezes, ás vésperas de consegui-lo,
desistem para uma nova ideia. Geralmente reúnem qualidades que são muitos importantes.
Se alguém está doente eles são aqueles que visitam várias vezes a pessoa para
ver como está passando, interessam-se pelo bem-estar dos outros, sempre com
muita atenção.
Dão-se muito bem com pessoas de qualquer faixa
de idade. Sentem-se mais à vontade em ambientes mais descontraídos, não gostam
de andar muito presos em roupas sociais, não se sentem bem em cerimônias muito
formais.
São dados a uma vida muito singela; não são
afeitos a luxo e têm verdadeira repulsão a tudo o que chama atenção. Adoram andar,
gostam do ar livre, não gostam de ficar em ambientes fechados ou escuros. São
muito complacentes com a aquisição de bens materiais, sendo muito desligados de
tudo aquilo que se refira à pompa.
O filho de Oxóssi costuma mudar de atividade
com relativa facilidade, mas há possibilidade de lançar raízes em algum campo
de negócio. São tão profundos e seguros que jamais mudam.
O chefe de família filho de Oxóssi é um tanto
desligado do lar; não que ele não se interesse pelos problemas familiares, mas
prefere ser servido que servir.
A mulher filha de Oxóssi tende a não ser uma
boa dona de casa. Gosta das coisas bem-feitas, mas não de fazer, gosta das
coisas em ordem, mas prefere mandar que outros façam.
LENDAS DE OXÓSSI
Oxóssi aprende com Ogun
a arte da caça.
Oxóssi é irmão de Ogun. Ogun tem pelo irmão um
afeto especial. Num dia em que voltava da batalha, Ogun encontrou o irmão
temeroso e sem reação, cercado de inimigos que já tinham destruído quase toda a
aldeia e que estavam prestes a atingir sua família e tomar suas terras. Ogun
vinha cansado de outra guerra, mas ficou irado e sedento de vingança. Procurou
dentro de si mais forças para continuar lutando e partiu na direção dos
inimigos. Com sua espada de ferro pelejou até o amanhecer.
Quando por fim venceu os invasores, sentou-se
com o irmão e o tranquilizou com sua proteção. Sempre que houvesse necessidade
ele iria até seu encontro para auxiliá-lo. Ogun então ensinou Oxóssi a caçar, a
abrir caminhos pela floresta e matas cerradas. Oxóssi aprendeu com o irmão a
nobre arte da caça, sem a qual a vida é muito mais difícil. Ogun ensinou Oxóssi
a defender-se por si próprio e ensinou Oxóssi a cuidar da sua gente. Agora Ogun
podia voltar tranquilo para a guerra. Ogun fez de Oxóssi o provedor.
Oxóssi é o irmão de Ogun.
Ogun é o grande guerreiro.
Oxóssi é o grande caçador
Oxóssi mata o grande
pássaro.
Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei
de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita
dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem,
deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho
de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro, pousou sobre o
Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando farpas de fogo, com
intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido
uma parte da colheita as feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de
pavor, prevendo desgraças e catástrofes. O Rei então mandou buscar Osotadotá, o
caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as
suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de
Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou
todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi, convidado para grande
façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião
das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão
20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, todos já sem
esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de
apenas uma flecha. Sua mãe, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia
ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, uma vez que três dos
melhores caçadores falharam em suas tentativas. Ela foi consultar Ifá para Òsotokànsosó. Os
Babalaôs disseram para ela preparar oferendas com ekùjébú (grão muito duro),
também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas), èkó (massa de milho
envolta em folhas de bananeira), seis kauris (búzios). A mãe de Òsotokànsosó
fez então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um
pássaro sacrificado em intenção e que oferecesse em uma estrada, e durante a
oferenda recitasse o seguinte: "Que o peito da ave receba esta
oferenda". Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em
direção ao pássaro, esse abriu sua guarda recebendo a oferenda ofertada pela
mãe do caçador, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó.
Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "Oxossi!
Oxossi!" (caçador do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior
guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título
até hoje. OXÓSSI.
BIBLIOGRAFIA:
BIBLIOGRAFIA:
- Orixás na Umbanda - Alexandre Cumino.
- Tratado de Umbanda - Rubens Saraceni
- Teologia de Umbanda, módulo de teogonia - UmbandaEAD
terça-feira, 15 de janeiro de 2019
2019, tudo de bom vai acontecer !
Boa noite,
As atividades do IEG iniciarão neste próximo dia 04 de fevereiro, segunda feira, 20:00h.
Que Oxalá abençoe a todos !
A Diretoria
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