domingo, 15 de abril de 2012

Aula 1 - Estudo Sobre Ética e Moral Aplicado aos Médiuns - 07-01-2012



INSTITUTO CULTURAL OGUM DA ESTRELA GUIA
Rua São Miguel Arcanjo, nº 17 – C. H. Pedro Sancho Vilela.
Santa Rita do Sapucaí – MG.

Reunião de Estudo Mediúnico realizado em 07 de janeiro de 2012.

Desenvolvido por Márcia Terroso Avila
Licenciada e Bacharel em Geografia pela Fundação Universidade do Rio Grande - RS

introdução
A Umbanda verdadeira está a serviço da Lei Divina; da Aumpram (Lei Divina), e só visa ao bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda.

A Umbanda deve crescer pelo conhecimento e prática de bases mais sólidas, da busca da verdade e do conhecimento da Aumpram, da Lei Divina. A divulgação, estudo e compreensão da Lei Divina fortalecerá a Umbanda, eliminando mistificações e vaidades, atraindo ainda mais os verdadeiros interessados pela evolução espiritual.

Temas abordados:

·         Ética na Umbanda.
·         O que é mediunidade.
·         A influência moral do médium.
·         Firmezas de um terreiro.
Ética na Umbanda
A Umbanda foi anunciada no plano físico brasileiro através do iluminado espírito que se nominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, em 15 de novembro de 1908, em Neves, Niterói, RJ.

A Umbanda usa vestimenta branca, símbolo de igualdade e cor de Oxalá, encerrando em si todas as demais cores representativas dos demais Orixás. Não cobra por caridade, não sacrifica animais em suas ritualísticas e evangeliza.

De conhecimento destes princípios sadios e básicos que norteiam a religião, muitas pessoas, desde o início do culto, sempre pugnaram (combateram) pela elevação de nossa querida Umbanda nos mais diferentes aspectos. Dentre eles, o de cunho subjetivo (pessoal) sempre foi alvo das mais contundentes discussões.

Temas como moral, ética, conduta mediúnica sempre foram objeto de polêmicas, onde cada um, de per si (isoladamente, por si mesmo), tenta fazer ver aos outros que tal ou qual conduta é certa ou errada.

No entanto, por trás destas discussões comportamentais, existem duas forças antagônicas (contrárias) digladiando-se incessantemente: a força da moral, dos bons costumes, da ética, da espiritualidade superior, da verdade; e a força da subjugação (reprimir, dominar), da mitomania (costume de mentir), da permissividade (é permitir, concordar e aceitar determinadas práticas e ações que sabemos que estão erradas em contraste com as normas justas da moral e os bons costumes), da parcialidade, da imoralidade.

No Movimento Umbandista, como em outros segmentos religiosos, há uma pluralidade de ideias, de ideais (aspiração), uma heterogeneidade (de diferente natureza) de interesses em relação à religião. Existem aqueles que apenas servem-se ou tentam servir-se da religião para seus próprios interesses. Não esclarecem nem difundem os sublimes ensinamentos e metas do astral superior; pregam ritualísticas sem base moral, sem fundamento; sustentam-se materialmente do que praticam; fazem dos terreiros de Umbanda seu ganha-pão diário, como se fosse uma empresa comercial; não discutem abertamente os problemas na religião, porque, se discutirem, colocarão sob avaliação suas condutas distorcidas e eivadas de máculas. (que tem mancha, contaminado, viciado, manchar moralmente).

Outros mais corajosos e comprometidos com o aperfeiçoamento daqueles que militam na seara umbandista, estão sempre a comentar e orientar outros irmãos quanto aos fenômenos negativos que ora se apresentam, mostrando o caminho diante das mazelas emergentes. A ética, por exemplo, conjunto de princípios e deveres morais que o homem tem para com Deus e sociedade, é fator que deve preponderar em qualquer pessoa que queira ver a Umbanda fortalecer-se moralmente, intelectualmente. Para que tal progresso ocorra é preciso, inexoravelmente, trazermos à tona os focos destoantes de comportamento. A partir daí, veremos melhor quem são aqueles realmente comprometidos com as diretrizes de Oxalá. Visualizaremos também outros tantos que estão somente preocupados em sedimentar a obscuridade, a confusão, a permissividade.

Os verdadeiros umbandistas não temem discutir os aspectos subjetivos e materiais da religião, pois são sabedores que tal ação só melhorará a nossa religião, fazendo com que no futuro tenhamos um Movimento Umbandista melhor, mais moralizado, mais elevado, de melhores médiuns e assistentes.

Quanto àqueles que insistem em esconder os problemas na religião, fazem-no porque, ocultando os focos destoantes, estarão camuflando as aberrações ético-morais de si mesmos; contaminados que estão de condutas que os costumes, o caráter e a honestidade sempre repeliram e repelirão.
Para estes, só a misericórdia de Deus.

Saravá Umbanda !!!
O que é mediunidade
Mediunidade é a faculdade humana pela qual se estabelecem relações entre homens e espíritos. È uma faculdade natural, inerente a todo ser humano, por isso não é privilégio de ninguém. Em diferentes graus e tipos, todos a possuímos.

É, pois, a faculdade natural que permite sentir e transmitir a influência dos espíritos, ensejando o intercâmbio e a comunicação entre o mundo físico e o espiritual. Trata-se de uma sintonia entre os encarnados e os desencarnados, permitindo uma percepção de pensamentos, vontades e sentimentos.

Sua finalidade é, antes de tudo, ser uma oportunidade de servir, uma benção de Deus que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio podemos ter aqui não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência (conhecimento) os débitos adquiridos nas encarnações anteriores.

A ação mediúnica não está limitada às sessões mediúnicas. Vivemos mediunicamente entre dois mundos e em relação permanente com entidades espirituais. Isto se dá porque os espíritos povoam os mesmos espaços em que vivemos, acompanham-nos em nossas atividades e ocupações, vão conosco aos lugares que frequentamos, seguindo-nos ou evitando-nos conforme os atraímos ou repelimos.

Entretanto não julguemos que a mediunidade nos foi concedida para simples passatempo ou para satisfação de nossos caprichos. A mediunidade é coisa séria e com ela devemos suavizar os sofrimentos alheios. Ao desenvolvermos a mediunidade, lembremo-nos de que ela é dada como um arrimo (amparo, proteção) para conseguirmos mais facilmente a perfeição, para liquidarmos, mais suavemente os pesados débitos que contraímos em existências passadas e para servirmos de guia á irmãos que se encontram mais atrasados.
Desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. Para que sejamos bem sucedidos, devemos cultivar virtudes, como a paciência, a honestidade, a perseverança, a boa vontade, a humildade e a sinceridade.

Para um melhor desenvolvimento da mediunidade é fundamental que se cultive bons pensamentos, pois trazem as boas palavras e conduzem aos bons atos; o médium deve ser amigo do estudo e da boa leitura. Por fim, que cultive a oração diária, pois ela é um poderoso fortificante espiritual e um benéfico exercício de higiene mental.

A influência moral do médium
É oportuno esclarecer que o desenvolvimento da faculdade mediúnica não guarda relação com a moralidade do médium. A faculdade, em si, independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades do médium. Expliquemos.

A mediunidade é um dom que Deus nos concedeu como auxílio ao nosso progresso espiritual. Se há pessoas indignas que a possuem, é que disso precisam mais do que as outras, para se melhorarem, se quiserem, é óbvio.

Devemos considerar que a mediunidade não é uma graça ou dom especial concedido a criaturas privilegiadas, mas uma faculdade humana como as demais. A moral do médium determina o seu comportamento como criatura humana e regula suas relações com os espíritos.

A questão moral não surge da faculdade mediúnica, mas da sua consciência. Não se pode dizer que um médium entregue a práticas maldosas ou a objetivos condenáveis, contrários ao senso moral, não seja médium. Assim como há criaturas boas e más na Terra, há espíritos maus e bons que com elas se afinam e se servem da mediunidade para fins maus ou bons.

Se o médium sem moral se corrigir e passar a portar-se pelos princípios morais, passará a servir aos espíritos bons através da sua mediunidade. Assim acontece com todas as faculdades humanas. O homem pode aplicar a sua inteligência para o mal ou para o bem, mas sua inteligência é sempre a mesma, quer atue num ou noutro campo.

Os médiuns que fazem mau uso das suas faculdades responderão por isto. Serão punidos duplamente, porque tem um meio a mais de se esclarecerem e o não aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais condenável do que o cego que cai no fosso.

Malbaratar (desperdiçar) o precioso talento da mediunidade, deixando-a enxovalhar-se (sujar-se) sob o uso com finalidades pueris (infantis) e frívolas (fútil, leviano), indignas e vulgares, acarreta penosas aflições que impõe renascimentos dolorosos.

Médiuns ciumentos, imorais, exibicionistas, mentirosos e portadores de outras imperfeições morais pululam em toda parte, descuidados e levianos, acreditando-se ignorados pelas leis soberanas e supondo-se detentores de forças próprias, podendo-as utilizar a bel-prazer sem qualquer responsabilidade nem consequência moral.

Todas as imperfeições morais são outras tantas portas abertas ao acesso dos maus espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos médiuns dotados das mais belas faculdades e que, se não fora essa imperfeição, teriam podido tornar-se instrumentos notáveis e muito úteis, ao passo que, presas de espíritos mentirosos, suas faculdades, depois de se haverem pervertido, aniquilaram-se.

Devemos também convir em que, muitas vezes, o orgulho é despertado no médium pelos que o cercam. Se ele tem faculdades um pouco transcendentes, é procurado e gabado e entra a julgar-se indispensável. Logo toma ares de importância e desdém quando presta a alguém seu concurso (sua ajuda).
Há de se ter um procedimento absolutamente certo para identificar em qualquer parte e à qualquer momento o médium verdadeiro que, tomado como orientação moral e disciplinar possa servir como referência à todos (leigos,despreparados) que queiram ingressar sem nenhum transtorno na mediunidade.

Pedimos para você irmão que deseja trilhar ou que já está trilhando a verdadeira mediunidade como sacerdócio refletir sobre estes pontos abordados para que adquira Proteções e Defesas e para esteja livre de todos os percalços dos aproveitadores e mistificadores da terra e do Astral Inferior.

Que OXALÁ ilumine todos os caminhos!

Firmezas de um terreiro

Muito se tem ouvido falar nos meios umbandistas com relação às firmezas necessárias para um bom andamento dos trabalhos num terreiro de Umbanda.

Logicamente que toda parte ritualística de uma Casa tem razão e função de ser, uma vez que a própria Umbanda tem fundamentos e é preciso preparar os mesmos como é falado em uma curimba de defumação.

Porém, além das firmezas materiais que estão ligadas aos elementos de trabalho dos Orixás, Guias e Entidades e que são catalisadoras das energias necessárias para esses trabalhos, ora servindo como força agregadora de energias positivas, ora desagregando as negativas, há outra firmeza de fundamental importância.

E qual seria essa firmeza? A firmeza que me refiro é a firmeza interior de cada médium de Umbanda.

Mas como se dá essa firmeza? Se dá através da humildade, do exercício do amor ao próximo e da caridade prestada sem pedir ou esperar nada em troca.

A firmeza interior trabalhada na humildade permite ao médium o esclarecimento de que ele não sabe tudo, que sempre estará em aprendizado, pois a Espiritualidade por mais que ensine ainda não deu a palavra final. Dessa forma o médium sempre estará acrescentando ao seu aprendizado ensinamentos novos, iniciando-se assim para ele sempre novas etapas, que devem ser ultrapassadas com muito respeito, amor, dedicação, renúncia e fé.

A firmeza interior pautada no exercício do amor ao próximo fará o médium se ver novamente no lugar do outro que chega na Casa em busca de ajuda, auxílio, esclarecimento e compreensão como o próprio médium chegou um dia.

A firmeza originada na caridade fará o médium entender que não deve julgar quem quer que seja e que muitas vezes ele sofrerá ingratidão e descrédito por parte de algumas pessoas ao verem seus pedidos negados pelas entidades de Umbanda que não barganham e nem trabalham contra as Leis de Deus.

Se hoje nós filhos de fé já caminhamos mais um pouquinho, mais motivos temos para buscar o exercício dessa firmeza interior.
Ser médium dentro do templo é muito fácil! O difícil é colocar-se como médium no dia-a-dia onde a sociedade pede muitas vezes uma postura não tão condizente com os ensinamentos de paz, amor e fraternidade deixados pelo Nosso Senhor Jesus Cristo.

Lembrem-se filhos de fé, é através de vossas atitudes que o templo do qual você faz parte será representado, é através das vossas condutas que a Umbanda será mostrada a outras pessoas.

Médium, sinônimo de ponte, meio, instrumento. Que o médium de Umbanda seja um instrumento dócil nas mãos de Pai Oxalá para que assim as bênçãos de amor e luz possam se fazer na Terra.

“Glória a Deus nas Alturas!”,
"Paz na Terra aos homens de boa vontade".

Referencias Bibliográficas
FERAUDY. Roger. Umbanda, essa desconhecida. Rio de Janeiro: Ed. Conhecimento. 2006.
A influência moral do médium. Disponível em: <www.jornalumbandahoje.com.> Acesso em: 06/jan./2012.

Avaliação dos estudos: Responda as Perguntas a Seguir e Entregue ao Orientador:

1.     Discorra sobre o tema: Ética na Umbanda.
2.     Explique o que é mediunidade. E qual sua finalidade.
3.     O que é fundamental para um bom desenvolvimento mediúnico?
4.     Quais consequências de um médium que possui uma conduta duvidosa? Você acha que esse membro atrapalha a corrente? Por quê?
5.       Qual a importância da firmeza de um terreiro?


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